quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

girl


Ela corria de manhã porque acreditava que isso espantaria os males e a deixaria mais disposta para o restante do dia que viria. Com a blusa branca de todas as caminhadas passadas ela se dispunha  a fazer valer a pena cada gota de suor que parecia brotar de sua testa e pescoço.
Um suor vivo e salgado que excitava os rapazes de verde sentados no banco de cimento que viravam o pescoço para acompanhar seus passos e alguns mais descarados assoviavam para conseguir despertar na moça o sentimento de desejo o sentimento de ser desejada.
E ela o sentia, e ria com escárnio dos rapazes que eram sempre providos de uma inocência falsa repleta de más intenções disfarçada com doces olhares que traziam aquele velho clichê subliminar: o de levá-la para um quarto escuro mais tarde e sussurrar  alguma coisa em seu ouvido enquanto ela suaria novamente só que por um motivo distinto.
Ela gritaria e transbordaria de prazer enquanto ele se sentiria viril e capaz. Típico pensamento masculino, típico sentimento feminino. E todas as terças ela fazia daquela caminhada uma aventura excitante para os rapazes do banco de cimento, e eles? Bom eles nem supunham o que conseguiam fazer por ela naquela caminhada.
Jade Medeiros.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Again



Dava pra sentir o gosto de alma quente na garganta amargando as minhas recentes memórias. Era excitante saber que a minha alma já não se contentava mais com seu antigo receptáculo e tinha intenções de abandoná-lo pelo menos era o que parecia.Ela estava prestes a ser vomitada.  A alma amarga que parecia ser finita aos olhos humanos. Mas creio eu que ela não tinha fim, após ser vomitada, esfaqueada, dentre outras coisas ainda assim ela persistia sempre com suas sombras dentro de mim. Seus restos me mostravam que a razão era fraca e que alguma coisa que ficava bem perto do coração possuía algum sentimento mesmo que confuso e alagado de sangue.

Jade Medeiros.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tati Bernardi


Você é tão bonito que renova a mesmice do cinismo amoroso. Por você vale qualquer sombra na alma.