sábado, 22 de janeiro de 2011

Hands



Faltam cinco minutos para a virada do ano e ao meu lado tem um vazio com sabor de canela, da pra sentir o cheiro de solidão mesmo com o fundo barulhento  eu ouço o ocio.
Eu tento escrever sobre o a grama verde devido a chuva de ontem ou a nova musica que continua tocando no fundo com uma letra vulgar que chega a ser engraçada. Mas eu lembro das suas mãos, magras e grandes e a musica já não tem mais tanta importancia se comparada a sua mão. De longe eu vejo as pessoas comemorando, todas tão felizes com o termino do ano que nem se dão conta do verdadeiro sentido da comemoração que pra mim não faz sentido algum. Sai ano entra ano, e junto com o novo ano vem um monte de promessas que nunca se cumprem e aquela sensação que começa na barriga e vai até o coração mas sempre dura dois minutos e o que resta são lembranças. Eu não posso escrever sobre a musica com as suas mãos magras na minha cabeça, não posso mesmo escrever sobre a musica até porque junto com o ano ela já se findou antes que eu percebesse. Sobraram apenas suas mãos. Elas sempre ficam. Mesmo que só na memoria.

Jade Medeiros.