quinta-feira, 4 de abril de 2013

outro lado


Quando a gente não aguenta mais entre o grito meio surrado de orgulho e a voz meio rouca de uma garganta que arde a gente diz que ama mesmo, e que tem força nesse sentimento meio evasivo que destrói uma nação inteira de receio e medo.
Mordi os lábios e segurei tanto tempo o suspiro porque não devia ser assim tão intenso, não podia. Nos perdemos entre versos e rimas que tocam e deixam o estômago meio tonto e espremido. Meio ridículo e antiquado isso de ficar segurando sentimento, colocando na gaiola para que ele cante só uma vez por mês.  O que a gente faz com o vicio que encurta a vida e prolonga o momento? Embriagado,o ingênuo badalar da meia noite aperta o coração toda vez que encostamos a cabeça no travesseiro. Hostil e persistente é a lagrima crescente que suja a face limpa e engole o desejo sujo com o caminhão de esperança que a gente esconde debaixo do lençol úmido. A gente se guarda e se restaura, cura onde dói e amassa onde ainda se encontra intacto só por acreditar que é assim que se ama. E se a gente faz isso e funciona, o mundo só tem o direito de assistir porque apenas quem criou essa loucura toda entende o quanto essa dor serena pode ser bonita quando surge a lua.
Jade Medeiros