Você tenta sentir o
chão logo abaixo dos seus pés mas é como se estivesse a um ano luz de distancia
e o mais provável é que tanto o chão como toda a platéia silenciosa estejam se
divertindo com o seu andar desajustado e impreciso que grita que precisa, que
sempre precisou. Meio que cambaleando você busca uma força inexistente pra
mastigar a batatinha que ainda desce dura pela garganta. É assim que o mundo te
trata quando você se mostra necessitada de algo, o mundo tem um senso de humor
cinza e malvado que te destroça só pelo
gozo de não ter nada mais interessante pra fazer. Parece que é como se fosse um
aviso para o resto da humanidade. Fique a mercê de algo como ela e terá o mesmo
fim rígido e infeliz com uma pitada de ingratidão. Não tentei ser forte, nem
guerreira esse tipo simplesmente não combina comigo, fiquei deitada na cama por
horas imaginando quando o chão colaboraria comigo, se é que ele colaboraria
algum dia. Enquanto isso procuro algo menos denso que a batatinha algo que eu
simplesmente engula, como eu fiz com o meu orgulho a algum tempo atrás, como eu
fiz com os pedaços molhados e gosmentos do meu coração a algum tempo atrás como
eu deveria ter feito com você que acabou me engolindo primeiro e fez questão de mastigar
bem, antes.
Jade Medeiros
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