domingo, 2 de setembro de 2012

behind us

Sufoca aos sábados, liberta as terças e durante as quintas só dorme tranqüilo no jardim , é preciso mais que um humor egocêntrico de efeito rebote pra alimentar aquilo que consome todas as suas energias e te deixa sem qualquer reserva. Sabe quando a gente meio que perde a dimensão do tempo e tudo passa meio que devagar e muito rápido? É quase isso as vezes. É segurar, apertar entre os dedos com força mesmo que machuque um pouco porque a dor faz parte afinal, o corpo arde por uma vontade insana de um não sei o que, não sei a onde nem quando nem porque, mas que nunca esta ao seu alcance, é só uma luz forte que se olhada diretamente deixa a gente meio tonto. É tortura involuntária, masoquista e satisfatória. Vez ou outra aquilo se acumula na garganta, e quando o tempo se dá, incha como se todo despeito do mundo estivesse ali, preso, querendo sair e ir de encontro ao corpo nu demasiadamente quente. É só um grito meio surrado e lento que tenta nos lembrar do quão se manter firme é importante porque é ai que a gente cruza os caminhos, quando o peito pede mais nem que seja um segundo, só pra renovar as esperanças de novo. Se o que importa não for realmente aquilo que se espera, pra que não dar chance ao simples acaso? Em determinados casos funciona, se não, da na telha e uma hora ou outra a gente casa e vai morar numa casa azul piscina qualquer. Tem tempo, limite e um ego solidário alimentado pela sabedoria de só quem sabe cultivar amor sem se vender. Tem tom, tem cor e rima. Tem tudo pra deslanchar e ir alem das nobres e insensatas expectativas. Mas também tem um inconformismo que sangra da cor do esmalte mais vermelho que existe e mancha o corpo por dentro e a alma por fora. É assim que a gente vai vivendo a vida sabe? Pensando no futuro quando o presente aperta de mais e lembrando-se do passado quando sente aquele vazio que nada preenche. Porque lá no fundo o que importa mesmo é ser simples e feliz de um jeito natural mesmo com todas as filosofias e tudo parecendo ser muito prolixo. Só basta um sinal de sentimento um abraço morno uma vez por mês e pronto as coisas ficam fáceis exceto quando não ficam, quando tudo parece muito pouco e muito distante dai a gente inventa, inventa mais um monte de promessas de um futuro bom que mesmo que não se cumpram esquentam por mais um tempo, talvez esse seja o segredo afinal, não deixar que esfrie nunca.
Osvando Goulart/Jade Medeiros

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