Sufoca aos sábados, liberta as terças e durante as quintas só dorme
tranqüilo no jardim , é preciso mais que um humor egocêntrico de efeito
rebote pra alimentar aquilo que consome todas as suas energias e te
deixa sem qualquer reserva.
Sabe quando a gente meio que perde a dimensão do tempo e tudo passa meio
que devagar e muito rápido? É quase isso as vezes. É segurar, apertar
entre os dedos com força mesmo que machuque um pouco porque a dor faz
parte afinal, o corpo arde por uma vontade insana de um não sei o que,
não sei a onde nem quando nem porque, mas que nunca esta ao seu alcance,
é só uma luz forte que se olhada diretamente deixa a gente meio tonto.
É tortura involuntária, masoquista e satisfatória. Vez ou outra aquilo
se acumula na garganta, e quando o tempo se dá, incha como se todo
despeito do mundo estivesse ali, preso, querendo sair e ir de encontro
ao corpo nu demasiadamente quente.
É só um grito meio surrado e lento que tenta nos lembrar do quão se
manter firme é importante porque é ai que a gente cruza os caminhos,
quando o peito pede mais nem que seja um segundo, só pra renovar as
esperanças de novo.
Se o que importa não for realmente aquilo que se espera, pra que não dar
chance ao simples acaso? Em determinados casos funciona, se não, da na
telha e uma hora ou outra a gente casa e vai morar numa casa azul
piscina qualquer.
Tem tempo, limite e um ego solidário alimentado pela sabedoria de só
quem sabe cultivar amor sem se vender. Tem tom, tem cor e rima. Tem tudo
pra deslanchar e ir alem das nobres e insensatas expectativas.
Mas também tem um inconformismo que sangra da cor do esmalte mais
vermelho que existe e mancha o corpo por dentro e a alma por fora.
É assim que a gente vai vivendo a vida sabe? Pensando no futuro quando o
presente aperta de mais e lembrando-se do passado quando sente aquele
vazio que nada preenche. Porque lá no fundo o que importa mesmo é ser
simples e feliz de um jeito natural mesmo com todas as filosofias e tudo
parecendo ser muito prolixo.
Só basta um sinal de sentimento um abraço morno uma vez por mês e
pronto as coisas ficam fáceis exceto quando não ficam, quando tudo
parece muito pouco e muito distante dai a gente inventa, inventa mais um
monte de promessas de um futuro bom que mesmo que não se cumpram
esquentam por mais um tempo, talvez esse seja o segredo afinal, não
deixar que esfrie nunca.
Osvando Goulart/Jade Medeiros
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