Quão estranho foi levantar cedo e só sentir seu cheiro no
travesseiro, a sua presença tão restrita e eu tão indigna de tê-la por muito
tempo me fez prisioneira desse mar negro e salgado. Vozes quentes que arrepiam
a alma já morta e sangrenta que me dizem que a minha vaidade grossa e crua me
fez cega. Fui plagiando seu mundo só pra ficar mais parecido com o meu mais
parecido comigo. Psicótica sinistra de um cinismo branco, vislumbre, de uma
ingenuidade que se fora. Meus pés tocaram o chão, entorpecidos pelo toque de
algo concreto, vivi tanto tempo de minha mente flácida, pueril, rouca que o
mundo duro e de verdade me corta, me amassa louco e fúnebre que me faz querer
gritar. Consumida pelo que consumi me fiz presa aquilo que sempre prendi.
Jade Medeiros.
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