sexta-feira, 14 de setembro de 2012

rain


Choveu, não de um jeito que sempre chovia e molhava a terra purificando o ar, foi como uma chuva a La destruição que vem acompanhada daqueles sons noturnos aterrorizantes.Fechei os olhos por alguns segundo e segurei no sofá com força porque eu sempre tive medo da chuva diferente do Raul que uma hora dentre meio as pedras acabou perdendo–o.
Ela nunca me avisara de sua chegada. Simplesmente chegava no fundo eu ansiava por tê-la tão sonora e nociva molhando a vida como se ela nunca fosse se secar o bastante novamente.
Foi assim, inesperado, numa manhã de setembro choveu. Enquanto eu esperava por sol, tempo seco e mormaço quente, ela veio ilustre e fria rasgar com delicadeza as certezas que me mantinham e que eu fazia questão de manter. O diretor aplaudiu de pé no fundinho escuro do cinema onde assistia tudo pasmo, calado, tremulo, lúdico, quão sublime seria molhar-se em meio ao destino incerto, abra as janelas ele disse, deixe a chuva entrar. Não é só de dias de verões que se vive. Se você se preparar sempre para chuva e tiver sempre uma toalha, nunca vai saber como é bom sentir a gota transparente lhe correr sobre a face.
Jade Medeiros.

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